sábado, 25 de junho de 2011

Curas "Milagrosas" ou Efeito Placebo?



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O ser humano é um animal racional, mas a racionalidade tem um preço alto. A consciência da existência limitada, da dor, da morte, é terrível e dura. O medo da morte, principalmente, faz o nosso íntimo gritar: eu quero acreditar! E, assim, surgem os exploradores da fé pública: médiuns, astrólogos, adivinhos, quiromantes, pastores, macumbeiros, tarólogos. Todos dispostos a arrancar-lhe seu dinheiro. E muitos, otários, pagam a taxa da ilusão.
    Já vimos que a leitura fria é uma das técnicas que esses embusteiros usam para adivinhar. Veremos agora o mais grave problema: a cura. Quantos não ignoram a medicina para procurar um curandeiro, um xamã, um benzedor, um massagista, um erveiro, um milagreiro, um doutor Fritz? E quantos não acreditam nessa gente? Quem são as vítimas? Na grande maioria, crianças que morrem sem assistência médica decente!
    Mas, muitos juram que esses “abençoados” curam. Como é possível? Graças ao efeito placebo. O placebo é uma substância inerte usada para controlar um experimento, ele é dado aos pacientes, pertencente ao grupo de controle, como se fosse o próprio remédio que está sendo testado para provocar um efeito psicológico. Assim, os pacientes não sabem se estão recebendo o remédio ou o placebo, todos acreditam estar recebendo o remédio.
    Assim, se um homeopata garante que 60% dos seus pacientes que sofrem de asma são curados com uma planta específica, esse dado nada significa. Por que? Ora, se substituir a substância por placebo, sem que o doente saiba, os mesmos 60% poderão continuar a serem curados. Ou seja, uma pílula de farinha barata pode ser tão eficaz quanto uma planta cara. Além disso, sabemos que a farinha não tem efeito colateral, enquanto as drogas de plantas ou remédios geralmente têm!
    Por isso, não é qualquer sabichão que tem conhecimento e experiência para conduzir uma pesquisa séria, controlada e imparcial sobre uma nova forma de tratamento. Aliás, a maioria nem sabe o que é placebo, não sabe o que é matemática estatística, mas são rápidos para arrogar o número de seus curados.
    Não se sabe exatamente porque uma substância inerte pode ter um resultado na saúde de uma pessoa, mas sabemos que as crenças e esperanças de uma pessoa sobre um determinado tratamento aliado à sugestibilidade dela produzem um efeito bioquímico. Um pouco de fé não faz mal para ninguém, o problema é o excesso, a dependência.
    Acredita-se que o efeito placebo vicie os usuários de práticas não ortodoxas de medicina. Ou seja, os seguidores dos curandeiros tornam-se dependentes de seus remédios e seus rituais, necessitando cada vez mais. Isso talvez explique porque certos milagreiros que tomam 10% de seus fiéis e desviam para suas contas particulares continuem fazendo muito sucesso.
    Assim, não se deve acreditar em testemunhos de cura ou de melhora, eles não têm valor científico nem prático. Para que um medicamento ou tratamento ou remédio seja verificado deve ser feito com critério e com um grupo de controle (tomando placebo, sem saber, claro) para confirmar os resultados. Portanto, não desperdice o seu dinheiro nem o seu tempo precioso com práticas não confirmadas pela ciência.
    Nenhuma religião ou medicina alternativa reduziu a mortalidade infantil como a ciência, através das vacinas e dos remédios. Então, confie naquela que você tem visto promover progresso na humanidade!



Fonte [http://www.catanduvaemdia.com/saturno20030608.htm]

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